MECANISMOS SECRETORES DO PÂNCREAS (FACTOR FÍSICO DA SECREÇÃO HIDROELÉCTRICA).
A osmolaridade do suco pancreático é normalmente igual à do plasma.
1- Relação entre a Secreção de Água e Eletrólitos.
Devido à alcalinidade da secreção, a osmolaridade do suco pancreático é, em todas as circunstâncias, igual à do plasma: a do potássio é quase constante, mas a do anião é, pelo contrário, variável. É constituído essencialmente por dois iões (cloro e bicarbonato). A soma das concentrações destes electrólitos é constante e as suas variações respectivas são simétricas.
2 – O Fluxo Secretor.
A soma dos dois electrólitos depende do fluxo secretor: quando este último é baixo, a concentração de bicarbonato é próxima da do plasma. Quando este fluxo aumenta, a concentração de bicarbonato aumenta gradualmente até atingir um patamar próximo de 140mEq/l.
Quando, sob a influência de doses farmacológicas de secretina, o fluxo secretor é enorme, a concentração de bicarbonato desce ligeiramente.
Para as doses fisiológicas de secretina, o fluxo de bicarbonato aumenta gradualmente como resposta ao fluxo secretor e o fluxo de cloro é constante.
Para taxas de açúcar mais elevadas, as secreções de bicarbonato são estáveis quando é atingida a capacidade máxima de secreção. Nos seres humanos, esta capacidade situa-se entre 300 e 1000 µEq/min de bicarbonato.
3-Duas concepções hipotéticas.
Estas relações entre o volume de secreção e a concentração aniónica no suco pancreático estão na origem de duas hipóteses sobre a origem dos electrólitos e a direção das trocas.
– Na primeira conceção, chamada teoria da mistura, um suco primário rico em bicarbonatos é secretado nas arborizações do canal. A esta secreção junta-se, durante o seu trajeto através do trato pancreático, um suco rico em cloro, cuja velocidade varia em função da intensidade da simulação da secretina. Este suco é simplesmente uma exsudação a um ritmo fixo do líquido intersticial.
– Na segunda conceção, designada por teoria das trocas, o suco primário, segregado nas mesmas condições que anteriormente, é modificado durante a travessia dos canais pelas trocas entre bicarbonatos ativamente reabsorvidos e cloro segregado em substituição. Estas trocas tornam-se mais intensas quando o fluxo é menor (contacto prolongado com o epitélio) e quando a superfície dos canais é maior (atrofia pancreática).
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